sexta-feira, 1 de março de 2013

Desigualdade diminui no Brasil e subiu nos outros Brics

É preciso ter cuidado ao avaliar o PIB
PIB brasileiro cresce menos que Brics e México em 2012. Essa é a grande manchete do jornalismo econômico esses dias.
Ilustração do espanhol José Benlliure y Gil
mostra São Francisco misturado aos pobres
pedindo esmola.
É do fim dessa realidade que estamos falando.
O crescimento, de 0,9% do Produto Interno Bruto - PIB deixou o país com crescimento abaixo do grupo dos Brics - que também agrega Rússia, Índia, China e África do Sul.
Prefiro outro enfoque. Um que recebeu destaque bem menor nos jornais.
Embora ainda bastante elevada para padrões internacionais, a desigualdade de renda no Brasil, atingiu em 2011 o menor patamar desde a década de 60.
São dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) compilados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O movimento observado no Brasil ocorreu na contramão da tendência mundial.
Em dois terços dos países houve aumento da desigualdade no período recente, segundo a Unesco. Locomotivas do crescimento global na última década, a Índia e a China, por exemplo, não conseguiram avançar com distribuição de renda, embora tenham reduzido os níveis de pobreza.
A regra geral é a do aumento de concentração de riqueza, embora na Ásia e mesmo na América Latina, a pobreza tenha caído nos últimos anos, resultado do expressivo crescimento desses países no período.
“No meio do milagre econômico chinês, há um certo purgatório social”, afirma Marcelo Neri, presidente do Ipea, conforme informação do jornal Valor Econômico. Com partido único, sem liberdade sindical, sem previdência social e outros, fica fácil.
A população brasileira escolheu outro caminho. Crescer com distribuição de renda, respeito aos direitos sociais e democracia política.
A inclusão de uma parcela expressiva da população ao mercado de trabalho formal, associada à política de valorização do salário mínimo e demais políticas de transferência de renda, está corrigindo gigantescas distorções criadas em décadas anteriores. “O país mais igualitário da América Latina ainda tem índices piores do que o mais desigual na Europa”, continua Neri.
Por tudo isso, é necessário olhar com cuidado os números do PIB. O crescimento baixo preocupa. Mas, crescer apenas não basta.
Acesse a matéria PIB brasileiro crescemenos que Brics e México em 2012, no Valor Econômico.
Acesse a matéria Desigualdade diminuino Brasil e sobe nos outros Brics, no mesmo jornal.