terça-feira, 19 de março de 2013

A CEMIG foi parar na Bahia

Renova tem mega projeto para
produção e exploração de energia
eólica no interior da Bahia
Foto: Divulgação
"Caetitezação" da energia eólica tem dedo mineiro
O processo de descentralização econômica e, por consequência geopolítica, no Brasil, é uma realidade. Realidade que explica diversos problemas de manutenção de status e de financiamento  vividos por muitos grandes centros. Isso ocorre, às vezes, por caminhos inesperados. Por exemplo, o que Minas Gerais tem a ver com a Serra Geral da Bahia?
Tudo a ver. Trata-se da "caetitezação" da energia eólica.
Caetetizar é um neologismo relativo a Caetité, um pequeno município localizado a 757 km de distância da capital Salvador (BA). O nome deriva do Tupi: Caa (mata); Ita (pedra) e Ete (grande), algo como “Mata da Pedra Grande”. Segundo o Censo 2010,  esse município tem apenas 47.515 habitantes – cerca de 7,6% da população de Contagem. Famosa por uma farta produção de artistas renomados (como o cantor Waldick Soriano), por uma forte história de engajamento político e por seu subsolo rico em jazidas de urânio, ametista, manganês e ferro, Caetité abriga a única mina de urânio do Brasil.
Tem, também, o maior potencial eólico de todo o estado, segundo pesquisa anemométrica realizada no estado da Bahia. Acredito que deva ser ser um dos melhores do país.
As tentativas de aproveitamento desse potencial datam de 2002, conforme apurei na Wikipédia.
Com a crise energética ocorrida no final do governo FHC, o grupo espanhol Iberdrola apresentou um projeto para a instalação na cidade de um complexo gerador de energia eólica com 130 geradores e capacidade de geração de duzentos megawatts de energia. O projeto estava orçado em em R$ 550 milhões. Mas, foi recusado pelo Governo Federal e abandonado.
Em 2010, um novo projeto foi iniciado, desta vez com financiamento aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, e sob a a responsabilidade de uma empresa local – a Renova Energia.
Essa Renova, fundada em 2001, já é uma pioneira no Brasil no mercado de energia eólica e detém, aparentemente, a liderança no setor em toda a América Latina. Possui, além disso, um amplo portfólio de projetos de parques eólicos nos estados de Alagoas, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Tocantins.
Para uma empresa do “interior”, não é pouca coisa.
Ocorre, entretanto, que a Renova é controlada pela Light S/A e pela nossa CEMIG que, por meio do grupo Minas Energia Participações S.A., detém parte do controle acionário da Light  (junto com Andrade Gutierrez Concessões S.A e outros).
Talvez seja isso que tenha tornado possível a associação da Renova com a francesa  Alston. Juntas, elas anunciaram, em fevereiro último, investimentos na ordem de 1 bilhão de euros (mais de R$ 2,7 bilhões, cerca de cinco vezes o projeto anterior) para a construção de um parque eólico em Caetité e região.
O novo projeto prevê o fornecimento, ao longo de três a quatro anos, de 440 aerogeradores eólicos, cuja capacidade mínima instalada é de 1,2 GW. Isso equivale à quase totalidade de geração atual do mercado eólico brasileiro – mercado em franca expansão.
Será de muito bom alvitre acompanhar esse processo. Atenção deputados.
Com informações do site EcoD.
Acesse o site da Renova Energia.
Acesse o verbete Caetité na Wikipédia.
Acesse o site da Prefeitura de Caetité.
Acesse o site da Light S/A.