quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Uma linha de raciocínio que muito interessa a Contagem

Tela "São Paulo" de Tarsila do Amaral
Jorge Arbache recomenda cautela antes de se falar em desindustrialização
Um discurso muito repetido no Brasil, atualmente, inclusive em nossas searas, diz respeito a uma suposta desindustrialização no país.
Jorge Arbache, professor de economia da Universidade de Brasília e assessor econômico do BNDES, em artigo publicado recentemente no jornalão  Folha de S. Paulo (02-12-2012) pondera sobre o assunto e pede cautela.
Em primeiro lugar, diz ele, a baixa participação no PIB ou no emprego nem sempre implicam que a indústria seja marginal. Como exemplo os EUA, Arbache cita os EUA.
Em segundo lugar, desindustrialização seria a suplantação da indústria por outros setores como polos dinâmicos. O setor primário ou de serviços ainda não cumpre esse papel no Brasil, e a indústria ainda é quem mais gera impostos, impactos em outros setores e inovação, afirma o economista. Os dados sobre Contagem mostram a proeminência do setor.
Em terceiro lugar, a indústria brasileira tem passado por vários ciclos nas últimas décadas e mostrou fantástica capacidade de recuperação quando as condições melhoraram.
Em quarto lugar, as competências, infraestruturas, diversificação produtiva, capitais e instituições políticas de representação e de ensino profissional - condições para recuperar o dinamismo- ainda estão fortes e presentes.
Em quinto lugar, o horizonte aponta o surgimento de novas oportunidades para o desenvolvimento industrial, como pré-sal, PAC e Minha Casa, Minha Vida, sem falar no crescimento do mercado de consumo.
Finalmente, há que se considerar que políticas públicas voltadas para custos do capital e insumos, infraestruturas, tributos, treinamento e inovação influenciarão a competitividade da indústria.
Muito bem dito.